
“Por que ele quer criticar a justiça brasileira? Eu nunca critiquei a justiça deles. Ele faz tanta barbaridade e eu nunca critiquei. Faz tantas guerras, mata tanta gente”, disse Lula no congresso do PSB, referindo-se a Donald Trump 535e6z
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou do encerramento do XVI Congresso Nacional do PSB, que elegeu para presidente o prefeito de Recife, João Campos, na tarde deste domingo (1º), em Brasília. Em seu discurso, Lula disse que sua ligação com o PSB é muito forte.
“Estamos ligados umbilicalmente, e também mentalmente, porque as divergências que temos são pequenas”, afirmou o presidente. O novo presidente do PSB, o jovem líder do Nordeste, reeleito prefeito da capital pernambucana com mais de 70% de aprovação popular é filho do ex-governador Eduardo Campos e bisneto do ex-governador Miguel Arraes. Lula contou que sua relação histórica com o PSB vem desde os tempos dos dois ex-governadores.
“Tenho na pessoa do doutor Miguel Arraes muito apreço, ele é a pessoa que eu tive o prazer de ser o único a receber quando retornou do exílio em 1979, por causa da relação histórica, por causa de ser de Pernambuco, por eu irá-lo e respeitá-lo. Então minha relação com Arraes era muito forte, era de companheiros”, contou. “Depois de Arraes, veio Eduardo Campos, com quem tinha uma relação muito mais forte, pela nossa afinidade como companheiros, pela nossa correlação”.
No discurso, ao lado do novo dirigente do PSB, Lula criticou as ameaças de sanções feitas pelo governo Trump contra autoridades da Justiça brasileira. “Os EUA querem processar o Alexandre de Moraes porque ele quer prender um cara brasileiro que está lá nos EUA fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro. Por que ele quer criticar a justiça brasileira? Eu nunca critiquei a justiça deles. Ele faz tanta barbaridade e eu nunca critiquei. Faz tantas guerras, mata tanta gente”, disse Lula.
Tanto o governo federal quanto o Supremo Tribunal Federal (STF) estão conscientes de que a ação de sabotagem ao país pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair Bolsonaro, que largou seu mandato e se mudou para os EUA para conspirar contra o Brasil, estão por trás das ameaças desses grupos de extrema direita que pululam na atual istração americana.
O presidente afirmou que a democracia não tem limites mas que ela é muito melhor construída quando é feita a serviço do povo. Segundo Lula, contar com o vice-presidente do PSB, Geraldo Alckmin, como seu vice-presidente da República e como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços é uma verdadeira lição para a democracia.
“Eu falo do Alckmin porque muitas vezes fazemos avaliações políticas das pessoas por alguns gestos delas no ado e nós só vemos os defeitos, não vemos as virtudes. Alckmin foi meu adversário no ado. E era praticamente impensável por qualquer cientista político imaginar que eu e Alckmin estaríamos juntos na presidência desse país. E mais impensável era o Alckmin vir para o PSB. Porém, é pela construção que a democracia permite que isso aconteceu e, agora, ele é também vice-presidente do PSB”, disse.
Lula defendeu o fortalecimento dos partidos e a boa relação entre eles para fortalecer a democracia. “A gente precisa acreditar que se não tiver um partido forte, a democracia fica fragilizada. A gente não pode atender a desejos individuais. O desejo tem que ser coletivo. E se a gente fortalecer o partido é bom pra todo mundo. A democracia tem que ser para todo mundo”, ressaltou.
O presidente falou sobre o risco contra o STF dentro do Legislativo, especialmente no Senado, onde senadores bolsonaristas tentam há bastante tempo abrir um processo de impeachment contra Moraes. “Precisamos eleger senadores da República em 2026. Por que, se esses caras elegerem a maioria dos senadores, eles vão fazer uma muvuca nesse país”, disse Lula,
“Precisamos ganhar maioria no Senado, senão esses caras vão avacalhar a Suprema Corte. Não é porque a Suprema Corte é uma maçã doce. Não. É porque precisamos preservar as instituições que garantem o exercício da democracia nesse país. Se a gente for destruir o que a gente não gosta, não vai sobrar nada”, completou o presidente. Ele encerrou seu discursos desejando êxitos para João Campos em sua nova condição de presidente nacional do PSB.