
Destacando firme conexão com os princípios de soberania e de Uma Só China, Pequim manifestou “firme oposição” e “profunda insatisfação” face ao que denunciou com um discurso “cheio de provocações e incitamento” do Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, com relação ao apoio ao separatismo do governo de Taiwan
A China alertou os Estados Unidos para “não cruzarem as linhas vermelhas” em relação a Taiwan, depois do responsável norte-americano pela Defesa ter acusado Pequim de estar preparando uma invasão da ilha. “A questão de Taiwan é puramente interna à China. Nenhum país estrangeiro tem o direito de interferir”, declarou em nota o Ministério de Relações Exteriores chinês em comunicado divulgado neste domingo (01). “Os EUA não devem tentar usar a questão de Taiwan como moeda de troca para conter a China e devem se abster de brincar com fogo”.
“Para perpetuar sua hegemonia e avançar na chamada ‘estratégia Indo-Pacífico’, os EUA implantaram armamento ofensivo no Mar da China Meridional e continuam atiçando chamas e criando tensões na região Ásia-Pacífico”, assinalou o comunicado.
A CHINA INSISTE EM RESOLVER DISPUTAS POR MEIO DO DIÁLOGO
“Esses atos estão transformando a região em um barril de pólvora e deixando os seus países profundamente preocupados”, sublinhou.
O Ministério das Relações Exteriores observou que nunca houve qualquer problema com relação à liberdade de navegação e sobrevôo no Mar da China Meridional.
“A China sempre insistiu em resolver disputas por meio do diálogo e da consulta com os países relevantes e na defesa da soberania territorial e dos direitos e interesses marítimos de acordo com a lei”, disse o comunicado, apontando que os EUA são o maior fator que prejudica a paz e a estabilidade na região Ásia-Pacífico.
EUA INTERFEREM NOS ASSUNTOS INTERNOS DE OUTROS PAÍSES
Zhang Xiaogang, porta-voz do Ministério da Defesa, disse em um comunicado no domingo que os EUA estão acostumados a usar o ‘Diálogo de Shangri-Lá’, como o realizado este ano em Singapura, para criar disputas, incitar confrontos e buscar seus próprios interesses hegemonistas no seio da Ásia.
Os comentários do chefe da defesa dos EUA estavam repletos de lógica de dominação profundamente arraigada e mentalidade da Guerra Fria, observou Zhang.
“Para seus próprios interesses egoístas, os EUA lançam guerras tarifárias e comerciais, formam pequenos círculos e se envolvem em confrontos em bloco, causando profundas preocupações entre os países. Também fortalecem o destacamento militar na Ásia-Pacífico, interferem grosseiramente nos assuntos internos de outros países e geram tensões”, considerou Zhang.
EUA PEDEM AUMENTAR GASTOS MILITARES NA REGIÃO ÁSIA-PACÍFICO
Aumentando o tom provocativo, Hegseth ainda pediu aos países da Ásia-Pacífico que aumentassem seus gastos militares para 5% do PIB para combater as supostas ameaças da China na região, incluindo no Mar da China Meridional e no Estreito de Taiwan.
“A China se opõe firmemente às vendas de armas dos EUA para a região chinesa de Taiwan, insta os EUA a respeitarem o princípio de Uma Só China e os três comunicados conjuntos China-EUA, especialmente o comunicado de 17 de agosto de 1982”, afirmou o representante chinês.
Também acusou Washington de colocar armas ofensivas no Mar do Sul da China, rico em recursos naturais, uma zona chave para o comércio mundial que Pequim governa na sua quase totalidade.