
Pequim denuncia que os Estados Unidos violam acordos recentes ao voltar a proibir venda de softwares usados no desenho de componentes para eletrônicos a companhias chinesas
O governo da China chamou de “deploráveis” as falas do secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, e o Ministério de Relações Exteriores da China também o acusou de ter uma mentalidade de Guerra Fria, devido à qual a Casa Branca está fazendo uma campanha de “difamação” contra o maior país asiático.
Em provocação aberta, Hegseth, durante o evento “Diálogo Shangri-La em Singapura”, em 31 de maio, disse que a China é uma ameaça maior para os países da região do Indo-Pacífico, e pediu a aliados na região, como a Austrália, para que gastem mais na área de defesa e continuou a chamar o governo chinês de “uma ameaça iminente”.
“Hegseth ignorou deliberadamente o apelo por paz e desenvolvimento dos países da região e, em vez disso, elogiou a mentalidade da Guerra Fria para o confronto em blocos, difamou a China com alegações difamatórias e chamou falsamente a China de ‘ameaça'”, comunicou o Ministério das Relações Exteriores da China.
“Os Estados Unidos implantaram armamento ofensivo no Mar da China Meridional e continuaram alimentando chamas e criando tensões na Ásia-Pacífico, região que estão transformando em um barril de pólvora,” disseram.
O Ministério da Defesa chinês também acusou os EUA de “alimentar disputas, semear discórdia e buscar interesses egoístas”.
“As forças armadas da China trabalharão com outros países da região para se opor ao hegemonismo que prejudica a região da Ásia-Pacífico,” disse Zhang Xiaogang, porta-voz da Defesa chinês.
GUERRA TARIFÁRIA
O governo chinês acusou na segunda-feira (2) os EUA de violar a trégua entre os dois países depois do circo criado pelo governo americano de impor um aumento das tarifas contra a maioria dos países do mundo, incluindo os principais aliados dos EUA.
Em 12 de maio, ambos os países concordaram em suspender por 90 dias os aumentos das tarifas sobre importações, depois de a medida iniciada por Trump provocar um desastre nas linhas de reabastecimento de produtos de consumo nos EUA.
Os chineses acusaram o governo de Trump de “minar seriamente o consenso existente alcançado nas negociações econômicas e comerciais de Genebra e prejudicar seriamente os direitos e interesses legítimos da China”, comunicou o Ministério do Comércio da China.
Logo depois do acordo para esfriar as tensões, os americanos continuaram a provocar os chineses, impondo novas restrições para exportações de chips de IA para a China, a perseguir estudantes de intercâmbio chineses ao proibir que se matriculem em universidades americanas e a impor mais bloqueios na venda de tecnologia para produção de chips.