
A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que fugiu do país depois que foi condenada a 10 anos de prisão por invasão dos sistemas da Justiça para inserção de documentos falsos. As informações foram apuradas pelo site UOL, jornal O Globo e revista Veja.
Zambelli anunciou, nesta terça-feira (3), que saiu do Brasil há “alguns dias” e vai morar na Europa, onde vai “resistir para poder continuar falando o que eu quero falar”. Segundo ela, o país vive uma “ditadura”.
A fuga da Justiça ocorreu duas semanas depois que ela foi condenada por unanimidade no STF a 10 anos de prisão e perda do mandato, além de uma multa de R$ 2 milhões a ser paga junto com o outro condenado, o hacker Walter Delgatti.
O STF os condenou por terem invadido, entre agosto de 2022 e janeiro de 2023, o sistema informático do Poder Judiciário e terem alterado documentos, como mandados de prisão, alvarás de soltura, decisões de quebra de sigilo bancário, entre outros.
Em 2023, o Supremo chegou a apreender o aporte da bolsonarista, mas depois o devolveu. Como ela anunciou que ficará fora do país para não cumprir as penas, a PGR vê motivo para a prisão preventiva. Caso o mandado seja emitido e Zambelli fique foragida, a Interpol pode ser comunicada para realizar a prisão.
Na entrevista em que anunciou que estava fora do Brasil, Carla Zambelli começa dizendo que estava buscando um “tratamento” e que pediria o afastamento da Câmara dos Deputados, assim como fez Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Logo em seguida, a bolsonarista diz que tomou “todas as providências” para sua ida à Europa, como ar o controle de suas redes sociais para familiares e emancipar seu filho menor de idade. No caso das redes, disse que “minha mãe vai dar continuidade a esse legado porque provavelmente perderia minhas redes”.
Supostamente controlados pela mãe, os perfis estão divulgando uma “vaquinha” para arrecadar dinheiro para manter Carla Zambelli fora do Brasil.
Segundo ela, fez toda essa movimentação para “voltar a denunciar todos os desmandos que a gente observa nesse país”. “Me cansei de ficar calada, de não atender o meu público”, continuou.
A deputada que contratou um hacker para invadir os sistemas da Justiça falou que “o que nós vivemos é um tempo de ditadura, de falta de liberdade e censura. Vocês precisam de pessoas fora do Brasil para lutar, continuar lutando”.